segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ramón de Valle-Inclán


Ramón Maria del Valle-Inclán, pseudónimo de Ramón José Simón Valle Peña (Vilanova de Arousa, Pontevedra, 1866 — Santiago de Compostela, 1936), foi escritor, poeta, dramaturgo, principal renovador do teatro do século XX e um dos maiores autores da literatura espanhola.
Em 1886, por imposição paterna, matricula-se no curso de Direito na Universidade de Santiago de Compostela, estudos que viria a abandonar após a morte do seu progenitor. Em 1892 viaja para o México onde exerce durante quase um ano a profissão de jornalista e assina pela primeira vez os seus escritos como Ramón del Valle-Inclán.
De regresso a Espanha, em Madrid, inicia as suas actividades literárias e frequenta tertúlias de artistas e escritores em cafés e salões da capital. Em 1899, em consequência de uma luta com o escritor Manuel Bueno é-lhe amputado o braço esquerdo. Nesse mesmo ano, com o propósito de obter dinheiro para comprar uma prótese, estreia e edita "Cenizas", o seu primeiro drama teatral.
Entre 1902 e 1905 publica “Sonatas”, a sua primeira grande obra narrativa e a maior contribuição espanhola para o modernismo. A unidade destas quatro novelas – “Sonata de Otoño”, “Sonata de Estío”; “Sonata de Primavera” e “Sonata de Invierno” – recai na personagem do Marqués de Bradomín, uma irónica recriação de don Juan.
Volvidos dois anos, casa-se com a actriz Josefina Blanco e, pouco tempo depois, viajam pela América como integrantes da companhia de García Ortega e por Espanha com a companhia de María Guerrero.
Foi nomeado Professor Catedrático de Estética da Academia de Belas Artes de San Fernando (1916), Presidente do Ateneu de Madrid (1932) e Director da Academia Espanhola de Belas Artes de Roma (1933).
Valle-Inclán foi também criador de um modo teatral próprio: o “esperpento”, que mais do que um género literário, se caracteriza pela distorção grotesca da realidade, com o implícito desígnio de criticar a sociedade, e cuja obra mais representativa é “Luces de Bohemia”.
Representante de uma literatura modernista, era reconhecida a sua irreverência para com os poderes estabelecidos e o seu carácter subversivo levaram-no a figurar, após a sua morte, entre a lista de autores proibidos durante o regime ditatorial do General Franco. Detém uma obra inconfundível entre romances, poesia e teatro.

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